Por que os músculos podem “desligar” após uma lesão articular?
Não assuste! Esse é um fenômeno comum chamado Inibição Muscular Artrogênica, no qual ocorre a incapacidade de ativar de forma voluntária o músculo envolvido na articulação lesionada.
Em outras palavras, condições patológicas como cirurgias, dores, edemas, osteoartrites podem tornar esses pacientes incapazes de atingir a força máxima por um longo período, embora seu próprio músculo não esteja danificado.
Em indivíduos saudáveis, a produção voluntária de força é obtida pelo impulso neural para o músculo por meio das unidades motoras (junção do motoneurônio e fibras musculares). Em casos de traumas articulares, ocorre esse reflexo neurológico que inibe o recrutamento dessas unidades motoras próximas a articulação, levando ao comprometimento de força e função dos músculos.
Apesar de inicialmente esse mecanismo ter característica protetora para a articulação, essa condição é motivo de atenção para os fisioterapeutas, uma vez que dificulta consideravelmente o processo de reabilitação e retarda a recuperação.
Por esse motivo, a reversão desse déficit deve um dos objetivos no processo fisioterapêutico, favorecendo a excitabilidade motora utilizando mecanismos desinibitórios. Dentre eles, o controle do processo inflamatório e a estimulação elétrica neuromuscular, associados aos exercícios específicos.
Portanto, em casos de lesões e traumas ortopédicos, não deixe de buscar uma avaliação com profissionais qualificados na área para identificar e reverter esse processo, e devolver sua função sem dor!
DOI: 10.1177/19417381231169285
DOI: 10.1080/17461391.2022.2056520